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Por que repetimos sempre os mesmos erros?

Atualizado: 10 de dez. de 2019

"Soy lo que repito" (Nasio, 2016, p. 37).




Gostaria de convidar você a partilhar algumas questões contidas em um livro de vital importância para mim, escrito pelo brilhante psicanalista argentino Juan David Nasio. Trata-se do livro "Por qué repetimos siempre los mismos errores?" (2016), onde o autor nos leva a considerar como o inconsciente é repetição; em outras palavras, como a nossa existência é movida pela força inconsciente da repetição...


Repetição sã e repetição patológica:

A repetição é imanente à vida e participa de maneira fundamental na afirmação de nossa identidade através de nossos sentimentos, pensamentos e atos.


Nasio (2016) distingue duas naturezas relativas à repetição: a repetição sã e a repetição patológica.


À primeira, correspondem as repetições às quais "o sujeito está orgulhoso de seu passado, ainda que este tenha sido por vezes difícil, um sujeito que está de acordo consigo mesmo, isto é, um sujeito que está em paz com seu inconsciente" (Nasio, 2016, p. 40).


Neste post, gostaria de me ater às repetições patológicas propostas pelo autor, ou seja, , àquelas situações e reações que repetimos mesmo que nos tragam sofrimento, aquelas onde revivemos o mesmo tipo de impasse sentimental, de conduta enferma, nos mesmos gêneros de relações...como se fossem mais fortes do que nós...


Estamos condenados à repetição patológica, a este eterno retorno dos mesmos cenários de fracasso?



Bem, muitas ....muitas indagações...

Comecemos pelo sintoma... sempre por ele... (sugerimos a leitura do post "O Sentido do Sintoma")...


Sabemos que a repetição está presente na gênese do sofrimento e que se expressa através do sintoma.


Comecemos nossas reflexões pela seguinte origem: Qual é a história do sintoma? Como e quando ele se repete? Qual é a constelação de acontecimentos psíquicos que dá origem a seu (re)aparecimento, estabelecendo a série repetitiva e dolorosa? Que emoção que a ele se liga?


A psicanálise nos ensina que um sintoma oculta sempre uma fantasia inconsciente...então, podemos considerar que a fantasia inconsciente é o que provoca a repetição do sintoma e da emoção que o acompanha...


Devemos estabelecer a série repetitiva, a partir do surgimento do sintoma, e atribuir a este uma significação dentro de sua própria configuração repetitiva.


E, o que afinal de contas, repetimos?

“Lo que repetimos son siempre los actos ligados al amor o ligados a la separación” (Nasio, 2016, p. 39).

Donde, podemos concluir que repetimos um passado que retorna sem cessar...a repetição é o ressurgimento do passado no presente.

Toda neurose de um adulto repete uma neurose infantil

Desta forma, nos assinala Nasio (2016), a emoção consciente atual repete a emoção inconsciente da fantasia, isto é, a emoção inconsciente infantil, causada por um psicotraumatismo.


Bibliografia:

Nasio, J.-D. Por qué repetimos siempre los mismos errores?

1a. Edição. Buenos Aires: Paidós, 2016.

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